Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2012
As palavras chamam por mim,
não sei onde me levam
mas levito pelo toque dos dedos...
e eu deixo-me ir...
A cada ciclo que vivo entro numa órbita medonha, ...
e deixo-me ir...
Os interesses divergem, o egoísmo apalpa-me..
E eu deixo-me ir..
Destilo um misto de desilusão com tristeza
e faço de mim uma mulher de olhar ausente
Não aceito a inépcia, quero mais...
Deparo-me com sérios demónios de mim mesma..
e reconheço que a imaginação vocifera o limite
E embebeda-me a alma como uma voz atroz, desumana..
E eu deixo-me ir..
Sou,
por vezes,
a minha pior advogada
Os meus pensamentos embotam-me
constantemente
sém tréguas..
e deixo-os vir...
Luto comigo, com eles, com todos
Fujo de mim, deles e dos outros
E não estou onde vou
Nem fico onde quero estar
Ando à deriva de mim
Ora sou eu
Ora sou outra
Estou assim
hostil
senil
febril..
de tanto andar a mil.
Preciso parar mas não sei ficar
meu corpo concorda
minha cabeça continua a ressacar...
E deixo-me estar...
Reaprendo a respirar calmamente
Sem pressa nem vagar
Esquadrinho a outra de mim
E deixo-me estar..
Khadija
Segunda-feira, 9 de Janeiro de 2012
Morri..
Dentro da variedade que sou..
uma de mim morreu.
Rio, sorrio, animo..mas
Algo em mim..se perdeu.
O vazio conquista-me
minha alma encolhe-se
Os meus pensamentos esmagam
toda a vontade de seguir
Não quero mais a minha vida...
ofereço-a a quem me inveja
Apenas quero dormir..
e por vezes dá-me ganas de partir..
Ninguém sabe de mim
nada me conhece...
minha essência...
Apaga-se
dia após dia...
Ninguém sabe de nada
Porque quero assim...
Ferem-me com palavras vãs
Procuro pelo amor, nao encontro...
já tudo vazio,
nem uma gota...
Espreito dentro de mim
Vejo uma espada já cansada
Uma guerreira perdedora..
O fim avizinha-se...
Vou embora,
Adeus!!
Khadija