Foste uma guerreira incansável
Vi-te muitas vezes como um tsunami descompassado
Foste chuva com trovoada seca
Buliçosa
Poderosa
Imponente
Rainha do bem e do mal
Foste meu Anjo da Guarda
Minha salvação em horas aflitas
Foste Amiga dos pobres
Inimiga dos invejosos
Foste pedra foste mel
Foste minha
De todas, a mais forte das mulheres que conheci
A inquebrável,
A indomável
A maior força da natureza que eu senti
A mais temida pelos filhos
Mas amada por mim
Apenas eu, avó
Aprendi a conhecer, a entender, a respeitar
Os teus erros, a tua fúria desmedida, o amor que não demonstravas
Mas davas à tua maneira, do teu jeito
Que eu tão bem conhecia
Tenho saudades tuas
Do teu sorriso malandro
Do teu humor negro
Até do teu choro de mimo...
Temi-te, Odiei e amei-te
Hoje sinto tua ausência...
Choro pela tua presença
Sei quando me chamas em sonhos
Pedes-me uma visita
Uma recordação
Quero que saibas
Que jamais te esquecerei
E viverás sempre no meu coração
Khadija Mãe!!
Entrei!
Meus pés descalços pisavam um soalho castanho manchado, estrepitoso e gasto...
Na nuca sentia uma respiração ofegante como uma brisa inodora porém intimidante. Havia uma jarra vermelha pousada meticulosamente na beira de uma janela velha que apontava um céu de um azul prepotente. Ali houvera uma vida, soubera-o no momento...uma vida tão intensa que teimava em não partir. A cortina esvoaçava entre um pensamento e outro...
A brisa continuava...já com aroma a pétalas vermelhas...
O arrepio pela espinha acima foi inevitável!!
Alguns raios de sol já apontavam janela adentro ofuscando-me o meu olhar buliçoso.
Já nada seria como antes.
Continuei.
Minhas pernas fraquejaram quando a jarra caíra e a janela fechara copiosamente!!
Voltei-me cautelosamente
Nada vi
E lastimei..
Prossegui envolvida num mistério arrepiante com uma curiosidade colossal, maior que qualquer medo que viesse a sentir.
Meus olhos afeiçoaram-se a uma parede, de côr azul. Dela escorria um líquido perfumado a jasmim, a amor, paixão...
Meu coração palpitava inquieto como se me fosse escapar...
Senti tudo ali vivido.
Foi amor!
De uma forma angelical eu vi
e chorei...
Minhas lágrimas eram estranhamente sápidas
De minhas mãos exalava um cheiro a maresia brava...
Já nada seria como antes..
Aproximei-me da janela, apanhei a jarra vermelha que continuava intacta, e com minha boca entreaberta olhei no céu o mais lindo e inopinado dos quadros:
A fragrância em forma de luz, numa essência singular!
O verdadeiro Amor!
Já nada seria como antes...
Khadija Mãe!!
Em ventos inquietos
Descubro tempestades de calor
Onde sei de ti e nada de mim
Em que juntas , numa sintonia negra, sei-te de cor
Como gostava de te conhecer
Em cada dia que vivo
Renasço e...
Sou outra...
E digo o que não sinto
Sentindo o que não digo
E chamas-me de maldita...
Camufulo minha silhueta
Escondo-me de ti, do teu cheiro
E ambas lutamos,
gritamos sentimentos
e
No nascer de um novo dia
Prometemos tréguas
E tento ser novamente outra,
A mais normal dos seres..
Em vão!!
A ti, que me persegues,
Com tua forte fragrância
Não venhas junto com o sol
Sai daqui!!
És Escuridão
Negra ambição
que me marcáste a infância
Ora de medos, ora de solidão...
De ti quero distância
Cheiras a cinzas,
A morte longa
Sem palavras doces
Amargas minhas palavras
Transformas-me no mal, num negro fedorento
Onde eu não entro
apenas rebento
Em aromas podres..
Khadija Mãe!!
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